A árvore da vida: figura poética, símbolo religioso ou realidade espiritual?

A árvore da vida: figura poética, símbolo religioso ou realidade espiritual?

A árvore da vida na história e religião humanas

A árvore da vida é encontrada em muitos escritos, na tradição oral e na arte das principais culturas da Terra. É um tema comum em muitas teologias e filosofias mundiais, e a crença de que ela é real abrange a história humana, desde o início dos tempos até o presente. Ela é encontrada nos dois primeiros capítulos da Bíblia, no jardim do Éden, e nos dois últimos capítulos da Bíblia, na cidade celestial, na eternidade. O Alcorão se refere a ela como a árvore Sidra, que fica no sétimo céu, marcando os limites do Paraíso, além dos quais ninguém pode passar (suras 53 e 56). É comum nos escritos e nas obras de arte do antigo Egito, Assíria, Babilônia, Turquia e China. Os budistas a chamam de árvore Bodhi. Os africanos a conhecem como a árvore Baobab. Ela está enraizada nas tradições tribais maias, astecas e em muitas tradições indígenas norte-americanas, bem como nas antigas religiões pagãs europeias. Foi o tema de muitas histórias conhecidas, é retratada na arte de muitos povos e é até referida como um símbolo poderoso na ciência e psicologia modernas. O pensamento de que existe uma árvore tão misteriosa, que pode dar vida, é uma das memórias primordiais mais penetrantes e duradouras da raça humana. Mas, o que é a árvore da vida? O que ela significa para nós?

A árvore da vida na Bíblia

O principal registro antigo da árvore da vida é encontrado na primeira parte da Bíblia, nos capítulos 2 e 3 do livro de Gênesis:

“E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, na direção do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado. Do solo fez o Senhor Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal.” (Gênesis 2:8-9)
“E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gênesis 2:16-17)

Aqui, portanto, vemos que a árvore da vida é a característica mais proeminente do jardim do Éden, onde Deus colocou o homem, depois de criar a humanidade. Havia muitas árvores agradáveis, e Deus as deu como alimento ao homem; todas exceto uma: a árvore do conhecimento do bem e do mal. Essa foi a única árvore da qual Deus proibiu o homem de comer, e disse que comê-la causaria morte. Portanto, também podemos nos perguntar: o que é a árvore do conhecimento do bem e do mal? Ela está em oposição à árvore da vida e, enquanto a árvore da vida dá vida, a árvore do conhecimento dá morte. Portanto, parece que essas duas árvores apontam para a vida e para a morte - e não qualquer vida ou morte, mas, como veremos, para a vida eterna e, por implicação, para a morte eterna. Pelo mandamento de Deus ao homem de comer livremente de toda árvore, podemos, também, perceber que Deus claramente queria que o homem comesse da árvore da vida como a mais proeminente das árvores boas do jardim. O que isso significa? O que teria acontecido se o homem tivesse obedecido ao mandamento de Deus e comido a árvore da vida primeiro?

Infelizmente, para a humanidade isso não aconteceu no início da história humana. Em vez disso, Satanás, o diabo, a serpente, tentou o homem a comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, em vez da árvore da vida, enganando e fazendo-o pensar que comer o fruto da árvore do conhecimento o faria como Deus:

“Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu.” (Gênesis 3:1-6)

No entanto, o homem e a mulher não se tornaram como Deus. Em vez disso, algo mau entrou na humanidade: um elemento contido no fruto da árvore do conhecimento penetrou na natureza humana, e isso fez com que o homem tivesse medo de Deus e se escondesse de Deus: “E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi. Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses? Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi. Disse o Senhor Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.” (Gênesis 3:9-13)

Como resultado, Satanás se tornou o pior inimigo da humanidade. A humanidade caiu sob a maldição do pecado e até a própria terra foi amaldiçoada:

“Então, o Senhor Deus disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida. Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. E à mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará. E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida.” (Gênesis 3:14-17)

Portanto, Deus não teve escolha a não ser expulsar o homem de Sua presença. Deus fechou o caminho para a árvore da vida. Assim, essa árvore maravilhosa se tornou perdida para a humanidade: “Então, disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente. O Senhor Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado. E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida.” (Gênesis 3:22-24)

E assim começou a tão triste história da humanidade longe Deus, e cheia de ódio, guerra, contenda, injustiça, fome, pobreza, doença e maldição. Quão diferente a história humana poderia ter sido se o homem tivesse comido do fruto da árvore da vida!

Se lermos esse relato com atenção, seremos levados a perceber que há algo muito profundo aqui. Essa não é apenas uma história de ninar para crianças. Não comer da árvore da vida, mas da outra árvore parece ser a causa direta da queda do homem e a fonte de toda tristeza que a humanidade tem e continua experimentando até hoje. Portanto, somos novamente levados a fazer a pergunta:

O que a árvore da vida simboliza?

A árvore da vida é claramente algo muito importante, muito crucial, tanto para Deus quanto para o homem. Deus queria que o homem a comesse. De acordo com Deus, comer do fruto da árvore da vida faria com que o homem vivesse para sempre. Mas, uma vez que comeu da outra árvore, o homem tornou-se pecaminoso e caiu; Deus não podia deixá-lo comer da árvore da vida, neste momento da história. Em vez disso, Ele teve que fechar o caminho para ela. Trata-se apenas de uma árvore física, que tinha alguma propriedade especial, que prolongava a vida física indefinidamente? E se sim, onde está essa árvore hoje? Enquanto os tristes efeitos da árvore do conhecimento do bem e do mal com sua morte são claramente evidentes em todo o mundo, por que ninguém viu a árvore da vida?

Se considerarmos isso profundamente, somos levados a fazer outra pergunta: O que é vida? E o que, ou quem, vive para sempre? A experiência coletiva e universal da humanidade é que tudo o que é físico e tudo o que é material, em algum momento, morre ou chega ao fim. Certamente, há apenas Alguém que vive para sempre, esse é o próprio Deus. Portanto, se Deus, originalmente, queria que comêssemos da árvore da vida, e se essa árvore nos faria viver para sempre, e se só Deus é Aquele que vive para sempre, essa árvore deve ser um símbolo do próprio Deus. De que outra forma o homem poderia viver para sempre, a menos que estivesse unido a Deus?

Como consequência, a árvore do conhecimento do bem e do mal, que fez com que o pecado entrasse na humanidade e que poderia também  ser chamada de árvore da morte, deve ser um símbolo de uma fonte diferente de Deus. Ou seja, deve ser um símbolo do inimigo de Deus, Satanás, que se rebelou contra Deus e se recusa a adorar a Deus, honrar a Deus, obedecer a Deus e viver em comunhão com Deus. Não é de se admirar que os homens, muitas vezes, pareçam agir como demônios. Eles se juntaram à morte, à morte encontrada no veneno da serpente Satanás, que ao levar a humanidade a desobedecer a Deus, comendo da árvore da morte, nos mordeu e nos envenenou com sua rebelião contra Deus.

Isso, por sua vez, nos leva a uma compreensão radical do lado positivo de que Deus deseja que o homem O “coma” e receba Deus em si! Visto que a árvore da vida é um símbolo de Deus e da Sua vida, o fato de Deus colocar o homem no jardim e querer que este comesse das árvores boas, e, especialmente, da árvore mais proeminente, a árvore da vida, nos mostra que o desejo original de Deus, em Sua criação do homem, é que recebamos a vida eterna, para que possamos viver com Ele para sempre! E, ao usar essa figura de uma árvore com frutos para o homem comer, Deus indica que Ele realmente deseja entrar no homem! Quanto mais se considera isso, mais sentido faz. O que Deus quer do homem, o ponto alto de Sua criação, feito à Sua imagem com Sua semelhança? Ele deseja ter um relacionamento com ele e deseja que o homem viva para sempre com Deus. Mas como? Somente tomando o próprio Deus em nós, somente tomando a vida de Deus, a única vida que é eterna, podemos ter a expectativa de viver para sempre com Deus.

Como comer da árvore da vida

Portanto, a árvore da vida está nos direcionando ao desejo de Deus de que O recebamos e tenhamos Sua vida em nós. Mas, como podemos fazer isso? Onde está a árvore da vida hoje? E se pudéssemos encontrá-la, como poderíamos “comer” o “fruto” da árvore da vida e escapar de todos os danos causados ​​por comer da outra árvore? Em outras palavras, como podemos receber Deus em nós?

Para saber como comer a árvore da vida, gostaríamos de encorajá-lo a fazer o pedido do nosso primeiro livro e, especialmente, a ler o primeiro capítulo intitulado "O mistério da vida humana".


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